Escolas fecham por 15 dias em Portugal

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Portugal encerra escolas por 15 dias para tentar conter nova variante do coronavirus. Decisão tomada esta quinta-feira em Conselho de Ministros no dia em que o país voltou a registar novo máximo de mortes em 24 horas: 221 vítimas mortais e mais de 700 doentes internados nos cuidados intensivos.Foram registados 13.544 novos casos de infeção com o novo coronavirus.

“Para proteção da comunidade escolar, é importante interromper as atividades. Essa interrupção tem custos. Em vez de se interromper a atividade presencial, há mesmo uma interrupção da atividade letiva, que será compensada pelo encurtamento ou eliminação de outros períodos de interrupção que estavam previstos”, designadamente férias, anunciou o primeiro-ministro português.

Questionado sobre a razão pela qual não determinou antes o encerramento das escolas, António Costa afirmou que se tomam medidas “em função dos dados que existem, não dos que existiram nem dos que se imagina que venham a existir”.

“Há uma semana, de acordo com os dados que tínhamos, esta estirpe tinha uma prevalência reduzida. No espaço de uma semana, teve um crescimento muito significativo”, indicou.

O primeiro-ministro afirmou que os 15 dias de interrupção serão compensados num período de férias e garantiu que haverá medidas de apoio às famílias semelhantes às que vigoraram durante o primeiro confinamento de 2020.

Tribunais abertos só para processos urgentes

Os tribunais de primeira instância vão voltar a encerrar, exceto para atos processuais urgentes, devido ao agravamento da pandemia de covid-19, determinou hoje o Governo.

Esta é a segunda vez desde o início da pandemia, em março de 2020, que os tribunais vão estar encerrados, passando apenas a serem realizados atos processuais e diligências relacionadas com direitos fundamentais dos cidadãos, tendo sido aprovado um regime excecional de suspensão de prazos.

As lojas do cidadão vão fechar também por duas semanas em todo o país.

“Nova estirpe britânica”

O primeiro-ministro disse que o Governo recebeu na quarta-feira do Instituto Nacional de Saúde Pública Ricardo Jorge “novos dados sobre a prevalência na sociedade portuguesa da nova estirpe britânica” do novo coronavírus.

“Verifica-se que há um crescimento muito acentuado da presença desta estirpe. Na semana passada tinha uma prevalência na ordem dos 8%, tendo agora 20%. Os estudos prospetivos indicam que possa ter um crescimento muito significativo, atingindo mesmo os 60% de prevalência nas próximas semanas”, indicou.

Face a essa nova realidade relacionada com a propagação de uma nova variante do coronavírus em Portugal, o líder do executivo considerou que se impôs ao Governo “uma alteração do conjunto de medidas adotadas na semana passada”.

Marcelo apoia decisão do governo

O Presidente da República e recandidato ao cargo defendeu hoje que novas circunstâncias justificam a decisão do Governo de encerrar as escolas, apontando como fator decisivo a propagação da “variante britânica” do novo coronavírus.

“A minha reação é a de entender que há um conjunto de circunstâncias novas que justificam a decisão do Governo”, declarou.

Questionado se duas semanas de encerramento das escolas são suficientes, respondeu: “Quando o Governo decide 15 dias é nitidamente para tentar encontrar um equilíbrio entre a necessidade de fechar devido à progressão acelerada da pandemia e a preocupação de não estragar o ano letivo”.

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